Vejo mortos-vivos com os olhos fixados em telas pequenas.
Monossilábicos,
com os dedos no controle,
parecem ter o mundo nas mão.
Quanta ilusão.!!!
Que um dia eu vivi intensamente!
(E que se não me vigiar posso voltar a viver)
Nas conversas,
meras reproduções das infinitas publicações.
Que me interessam menos,
menos
e menos.
- Você viu aquele vídeo da violência explícita circulando hoje no Facebook?
- Não!
- Você viu os comentários do discurso do senador tal?
- Não!
- Você viu as fotos da fulana???
- Não!
- Você que o status de sicrano mudou?
- Não!
- Você viu quanta gente curtiu a foto tal?
- Não!
Fico pensando em devolver as perguntas e indagar se viram as coisas que eu vi...
Mas o que eu vejo não está no Facebook.
Então, deixa pra lá.
Às vezes é solitário não fazer mais parte desse movimento.
Por anos fui refém da vaidade de me mostrar e do orgulho de ser curtida.
Fui refém da necessidade de ter opinião sobre todas as coisas
e de julgar tantos outros por suas opiniões
Refém da necessidade de me comunicar constantemente.
Defendi com veemência - por anos - todas as vantagens de ter uma conta na grande rede azul,
e hoje penso o quanto perdemos da vida quando estamos conectados a essa grande armadilha.
- Tem vantagens?
- Acredito em algumas.
Falaremos delas em outro momento.
Ultimamente cada dia que entro, tenho vontade de sair.
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