É possível escolher como viver? Hoje, sábado, 12:45, está quente e chove. Um dia branco e molhado. E em mim, aquele constante conflito ambíguo entre ser e devir: "que sei eu do que serei? eu que não sei o que sou. ser o que penso? mas penso ser tanta coisa..." que as vezes me sinto um nada.
Aquela sensação de que vivo o que não escolhi viver. Mas vivendo aquilo que sonhei. Será isso apenas a negação do que sou. Acordei tarde porque desejei. Mas eu realmente desejo acordar tarde?
Estou digitando. E isso não tem o mesmo efeito do que escrever, dizem os neurolinguistas.
Sentei aqui no computador para escrever-digitar- e organizar mental e psiquicamente - o que escolho fazer do meu dia. Se eu não escolher esse dia poderá ser somente mais um vivido com ou sem planejamento. Mas planejar não é necessariamente escolher.
Quero viver esse dia a partir das minhas escolhas. Escolher cada momento desse dia a viver como se fosse o último dia. Por que afinal, ele é. Como todos os dias são.
Tenho no keep uma lista de tarefas. Há muitas demandas, nada urgente: limpar a casa (mais uma vez); organizar minha situação financeira (diariamente adiada); ler, treinar, sair para beber, ver filme, consumir instagram, limpar meu celular, organizar as fotos, desentupir a pia. São tarefas do quotidiano
Deveria eu começar hoje a realizar meus grandes sonhos?
Organizar minha grande viagem, escrever meu livro, meditar, concluir a pesquisa, escrever o artigo, produzir conteúdo para as redes sociais e me tornar uma pessoa publicamente conhecida.
Escolher como viver parte de qual grande motivação? As urgentes, as necessárias ou as prioritárias tarefas da vida?
Ou... escolher como viver é sobre apenas respirar... inspirar e sentir... expirar e sentir... e somente ser.
Como eu escolho viver hoje?