Observo aquela mulher agonizando
entre uma vida honesta - desejante
e uma vida que ela conta - com tantas mentiras
que ela não vê, nem percebe, nem sente.
Mas fala fala fala fala fala fala fala fala
sem parar!
Seus olhos ausentes do brilho da juventude
seu corpo esbelto sem vitalidade
suas atitudes sem a sabedora da maturidade de sua idade
E uma boca em contante movimento,
agressiva!
Fala fala fala fala fala fala fala fala
sem parar!
Observo aquela mulher
como quem olha pra si mesma em um passado recente.
Com a certeza que valeu a pena o mergulho nas profundezas do inconsciente
com dor e desassossego
no processo de auto-conhecimento
e do silêncio.
Aquela mulher que fala fala fala fala
Tem pouco tempo de sentir,
observar
e principalmente, ouvir.
Assim padece.